O Dr. Benedito Gilberto de Almeida Jr , Cirurgião Plástico do Hospital São Rafael, tirou algumas das principais dúvidas dos pacientes. Confira a seguir.
Qual a importância de se preparar psicologicamente para uma cirurgia plástica?
Como qualquer outra especialidade médica, estar bem emocionalmente é importante pelo fato de o organismo reagir bem quanto a fatores imunológicos e de cicatrização.
“Quando organismo está com problemas emocionais há déficit da defesa do corpo e a cicatrização pode não ser a contento. Normalmente, a pessoa que não se prepara psicologicamente, fica mais suscetível a dor e o sono instável atrapalhando a recuperação. Gastrites e transtornos gastrointestinais são mais frequentes em pessoas emocionalmente instáveis”, completa o especialista.
Quais tipos de preparo psicológico a pessoa pode tomar antes da cirurgia?
Uma boa noite de sono é importante, sendo assim, as vezes é interessante o uso de algum indutor de sono para evitar o pré-estresse cirúrgico.
“Caso esteja com muito medo, a confiança no médico e uma conversa franca com ele são importantes, operar com um profissional em que não se confia pode trazer transtornos inclusive durante a cirurgia, pois há pessoas que o medo é liberado assim que é feita a indução da anestesia. É preciso se preparar também para saber que haverá dor e certos hábitos vão ter que mudar por algum tempo no pós-operatório”, completa o Dr. Benedito Gilberto.
Quais os riscos de fazer uma cirurgia psicologicamente despreparada?
Pessoas com medo e desconfiança têm mais labilidade à dor, dormem pior, e correm mais risco de baixa imunidade, o que levará a infecções e até abertura dos pontos. Isso acontece porque o organismo estressado se volta também em tentar restabelecer o equilíbrio, afetando assim a evolução pós-operatória.
Quais dúvidas a pessoa que quer fazer cirurgia plástica deve tirar com seu cirurgião?
Fatores limitantes da mobilidade, o que deve ser feito quanto ao repouso, alimentação, o quanto de dor pode ocorrer, os riscos da evolução da cirurgia como infecções, problemas na cicatrização, o quanto esperar para o resultado final, como deve ser a cicatriz, os efeitos da cirurgia, enfim, a pessoa deve estar a par dos prós e contras de se realizar uma cirurgia, deve esclarecer ao cirurgião suas expectativas de resultado, pois às vezes são irreais.
Caso o interessado na cirurgia tenha depressão, ele pode operar?
Caso seja uma depressão leve a moderada não se contraindica, mas uma cirurgia pode piorar o estado depressivo, assim a avaliação com um psiquiatra e psicólogo é bem-vinda e a cirurgia deve ser suspensa caso um desses profissionais não a indiquem.
“Quando estamos deprimidos as dores são sentidas de forma mais intensa, a paciência com o fato de não poder ter uma locomoção maior pode piorar estados depressivos”, completa o cirurgião.
Gostaria de acrescentar mais informações relevantes sobre o assunto?
Estar bem consigo mesmo na verdade é a primeira e a última condição para se realizar uma cirurgia. Pessoas que acreditam que vão resolver seus problemas emocionais através da cirurgia deveriam rever isso com o cirurgião e seu psiquiatra, problemas de relacionamento, luto, entre outros, não serão resolvidos com um a plástica.
Baixa autoestima pode mudar muito após uma cirurgia plástica, mas não resolvem quando as expectativas são altas de mais ou irreais. É preciso estar ciente e compreender a realidade do seu próprio corpo e aceitar impossibilidades físicas do seu.
“Manutenção do peso, atividade física, procedimentos antienvelhecimento como exposição solar, cigarros, drogas também contribuem para manutenção do resultado das cirurgias”, finaliza o especialista.